terça-feira, 12 de maio de 2009

Hostilidades

O Blog do CJK (http://blogdocjk.blogspot.com/) deu a dica e nós copiamos aqui:

O ouvidor agrário nacional do Incra, Gercino Silva, defende que seja feita vistoria nas terras da Santa Bárbara. Segundo ele, se a vistoria constatar que as terras são produtivas e cumprem função social (seguem as leis trabalhistas e ambientais), o Incra forneceria um atestado aos proprietários e enviaria cópia ao MST para pedir aos sem-terra para deixar o local. Mas, a proposta foi rechaçada por ambos os lados em conflito.

A Santa Bárbara não aceita a vistoria, sob a alegação de que essas informações estão no processo em que pediu a reintegração de posse e confirmariam a produtividade das terras e o cumprimento às leis. Outro problema, para a fazenda, é que a vistoria seria feita pelo Incra que é parte interessada no processo, no qual defende a desapropriação para reforma agrária.

"Nós também não concordamos com a proposta do ouvidor", respondeu Ulisses Manassas, da direção nacional do MST e seu coordenador estadual no Pará. Ele afirmou que as terras não devem ser analisadas pelo critério da produtividade, mas sim, pela transferência feita pela família Mutran, que as recebeu do Estado e vendeu, depois, para a Santa Bárbara. O MST contesta essa venda entre particulares e defende que as terras são públicas e deveriam ser coletivizadas. "O problema fundamental é que houve uma transação ilegal", disse Manassas.

A Santa Bárbara informou que os sem-terra roubaram um trator da empresa, ontem, em Eldorado, e desafiaram os seguranças a buscá-lo numa atitude que os fazendeiros consideraram "provocadora". O trator estaria sendo utilizado para transportar crianças, já que a entrada da fazenda Maria Bonita, do grupo, estaria bloqueada pelo movimento.

Manassas informou por telefone, de Belém, que não tinha informações sobre roubo de trator. "Mas, sabemos que há um clima de instabilidade por conta do ataque dos seguranças", rebateu o líder do MST.

Fonte: Valor Econômico, 12/05/09.


É bom ver de vez em quando uma voz dissonante à grande imprensa nacional. No dia de hoje, os grande jornais limitaram-se a comentar a apreensão de um trator de porpriedade da coitadinha da Agropecuária Santa Bárbara por sem-terras, após novo conflito que resultou em mais 3 feridos.

Quanto à questão em si, por quanto tempo Daniel Dantas e
entourage irão fazer de conta que não existe estado democrático e de direito no Pará? Pois eles afirmam que as propriedades são suas, mas há controvérsias. O Governo do Estado, através do Iterpa, questiona a validade do contrato de gaveta estabelecido entre Dantas e o ex-playboy Benedito Mutran Jr. E a justiça, qual sua posição?

Enquanto isso, continuamos servindo de balão de ensaio para a pré candidatura da dublê de senadora e presidente de entidade de classe Kátia Abreu, na composição que aproxima e velha e a nova elite branca do país: o despotismo esclarecido tucano de São Paulo com o absolutismo feudal demo.

O mais interessante a se notar nisso tudo é a posição servil da nossa representação parlamentar. Os senadores, apenas observaram sem se indignar com a atitude intrometida da senadora forasteira. Aliás, minto: Nery, no segundo assalto, enfrentou a megera. Mário Tapiocouto e Flexa "Ligeiro", vulgo Flexinha, adotaram o estilo nhenhenhém para reclamar do genérico caos em que se instalou o governo estadual.

Cabe aqui mais um pergunta: se é verdade o que tanto bradam os parlamentares do atraso, porque a justiça não se posiciona de forma contundente? Se é verdade, porque o desembargador Rômulo Nunes, presidente da Corte Estadual, assinou uma nota em conjunto com a governadora questionando os números da dublê de senadora e dirigente classista? Por acaso, será o desembargador um pessoa infiltrada pelo PT e pelo MST para promover o caos social pré-revolucionário?

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