quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Duciomar e a sucessão municipal (mais uma da série eleições municipais 2008)

Acompanhando as recentes matérias veiculadas pela emissora de TV do Grupo O Liberal, tenho a impressão de que a antiga disposição de relevar todas as besteiras cometidas pelo prefeito Duciomar está se esvaindo.
Fiquei pensando então no porquê. Será que as manifestações do prefeito e seus asseclas acusando o governo tucano de ter prejudicado o município de Belém com a redução sucessiva dos repasses da cota parte do ICMS incomoda a família Maiorana? Será que o movimento da governadora foi capaz de afastar a possibilidade de aliança PSDB/Duciomar? Será que agora vai colar a candidatura de Paulo Chaves Fernandes a prefeitura?

O certo é que Duciomar não tem pernas grandes o bastante para garantir sozinho a sua re-eleição. Isolado politicamente, sem apoios expressivos, com dura oposição na Câmara Municipal, cercado por ações judiciais e com diversas ameaças de prisão, sua candidatura ficaria vulnerável sem apoios. Além disso, ainda não se cogitam nomes para a vaga de vice-prefeito em sua chapa.

É possível que o PSDB esteja lendo as declarações de Duciomar como uma tentativa de aproximação com a governadora e o PT. Por isso o grupo O Liberal estaria começando a cobrar a fatura do apoio até aqui dado a um dos seus principais anunciantes. É possível que, com este movimento de Dudu, o grupo Jatenista se fortaleça e vença a tese do candidato próprio, sob o argumento da imposição nacional. Mas se vencer esta tese, ainda falta muito para Paulo Chaves ser um nome forte. Apesar da obras grandiosas, falta a Paulo Chaves carisma e sobra arrogância. Além disso, o benefício à cidade promovido pelas obras é questionável, somente sendo unanimidade nos setores elitistas saudosos da bélle époque. E, em Belém, os indicadores sócio-econômicos demonstram que esta parcela da sociedade é bastante diminuta, apesar do barulho que fazem nos jornais, tv e internet. O maior benefício que pode trazer é dinheiro para campanha, mas dinheiro apenas não basta. Vejamos como exemplo a campanha milionária de Zenaldo Coutinho à prefeitura em 2000 e o resultado pífio obtido.

No post Ana Júlia compensará Belém por perdas de ICMS lançamos a tese de que este recurso não representa uma doação à campanha de Duciomar, mas uma possibilidade de colocar a governadora numa posição de fiscalização e acompanhamento das ações municipais, ao mesmo tempo que garante a realizações de obras do PAC que são fundamentais, como a Macrodrenagem do Tucunduba e o projeto habitacional a ela adicionado. Se assim for, mostra a habilidade de Ana Júlia e sua equipe de reverter uma situação de adversidade em uma de ofensividade. Agora só falta o PT ter um candidato, para que o jogo, antes travado, torne-se mais interessante.

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