O anúncio feito pela CBF de um campeonato nacional de futebol feminino surge num momento oportuno e serve para esconder uma incapacidade.
Momento oportuno, pois a vitória da seleção feminina nos Jogos Pan Americanos e o vice campeonato mundial mostram que existe futebol de qualidade (e bote qualidade nisso) entre as mulheres. Esse negócio de que “futebol é coisa para homens” já era. Hoje futebol arte é coisa de mulher.
A incapacidade reside na própria CBF, que jamais soube criar as condições para um campeonato feminino em nível nacional ou estadual. O paradoxo era tamanho que, com uma seleção vice-campeã mundial, o único campeonato estadual feminino – o paulista – estava para ser cancelado. As jogadoras da seleção, ou jogavam no exterior, ou estariam desempregadas.
De minha parte, tenho dúvidas sobre a eficiência do projeto. Acredito mais em uma fórmula tipo NBA: um número determinado de equipes, organizado em grupos regionais, com jogos dentro dos grupos e contra as equipes de outros grupos, disputaria em torneio de pontos corridos quais sairiam classificadas de cada grupo para as finais. Nas finais (play-offs), as equipes perdedoras seriam desclassificadas, até chegarmos a grande final.
As equipes seriam empresas, de capital aberto, e regidas pela lei que regulamenta as empresas no Brasil, com direitos trabalhistas, participação nos lucros, obrigações trabalhistas também. Não haveriam campeonatos estaduais. Ao contrário, em nível estadual teríamos campeonatos estudantis, em nível fundamental, médio e superior. Estes torneios revelariam novo talentos.
Seria uma boa oportunidade para experimentarmos uma nova cultura esportiva no país, e assim garantiríamos o surgimento de uma nova geração de atletas de elite para dar mais vida e cidadania ao país do futebol.
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