Imposta pelos sucessivos governo conservadores, a data pretendia marcar um ato simbólico, em que uma mulher branca, herdeira do império, abençoava os pobres escravos, indolente e ignorantes, com a benção da liberdade.
Mas que liberdade? A suposta libertação dos escravos não passou de um abandono. Expulsos das fazendas, sua força de trabalho trocada pela de agricultores remunerados vindos da Europa, os agora ex-escravos foram se aglomerar nas periferias das cidades e nas terras devolutas, tornado-se favelados em agricultores sem terra.
Um samba enredo, que me veio a lembrança agora, retrata bem este cenário: livre do açoite das senzalas, preso na miséria das favelas. Assim cantou Jamelão, creio eu.
A data de 20 de novembro vem bem a calhar para este povo que pretende se orgulhar de sua origem, e quer se ver incluído na sociedade brasileira, que tanto lhe deve em termos de identidade cultural e étnica . A data marca a morte de Zumbi dos Palmares, e significa o tipo de libertação desejado pelos escravos: uma liberdade plena de direitos e cidadania.
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