A famosa transformista Rogéria teve sua foto (esta aí ao lado) censurada em exposição do fotógrafo Luiz Garrido, no salão negro do Congresso Nacional. Inicialmente confinado em uma cabine de vidro, a foto de Rogéria chamou atenção justamente pelo encarceramento. Após a repercussão do fato, o Congresso decidiu cancelar a exposição. Veja na entrevista abaixo, como Rogéria reagiu ao fato.
- O que achou de o Congresso ter decidido colocar a sua foto dentro de uma cabine?
Menina, acho muito engraçado, tenho que morrer de rir. Eles acabam dando mais publicidade para a foto.
- Em sua opinião, é censura?
É uma censura, sim. Quem tem que cair de pau neles são vocês da imprensa. Eu não posaria nua, de pau para fora, jamais, a não ser que me pagassem R$ 50 milhões para eu não me arrepender never [nunca]. Aquela foto é uma brincadeira com o Astolfo [Barroso Pinto, seu nome verdadeiro]. Fotografamos há cerca de três anos, e o Luiz Garrido [fotógrafo] nem achou que fosse fazer esse sucesso absoluto.
- Acha curioso que o Congresso se incomode com essa imagem?
É suspeito que o Congresso censure. Quando um cara tem consciência de sua masculinidade, esse tipo de coisa [a foto] não o afeta. Aí você coloca [no texto da reportagem] etc. Se eu estivesse de pau de fora, seria um acinte, mas é uma coisa engraçada. O governo não é chegado à arte, ele é chegado a banalidades.
- Você quer dizer os congressistas ou o governo?
Os dois. E que não saia nenhum processo para mim [por essas declarações] porque esse pessoal é filho da mãe. Mas os brasileiros gostam de mim porque nunca fiquei dentro do armário, nunca neguei que fosse homem, nunca fiz plástica ou escondi a idade, sou autêntica. Esse pessoal [do Congresso] ficou chocado porque eu sou honesta.
- Você foi vítima da censura no governo militar?
Nunca. Uma vez um delegado de polícia quis encrencar comigo e pedi ajuda para a dona Marina, uma censora. Ela mandou ele me deixar em paz e continuei o meu trabalho.
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