quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Ainda o caso da menina J.

Ainda repercutem com força total as declarações do delegado geral Raimundo Benassuly. Matéria de capa em todos os jornais locais, e ilações sobre sua possível exoneração.

O positivo de todo esse caso (se é que existe algo positivo) é que a crise despertou a sensibilidade do governo federal (talvez tenha atingido o coração de pedra dos monetaristas encastelados no ministério da fazenda) que descontingenciou 89,9 milhões de reais para equipamentos e construção de dois presídios, recursos estes do Ministério da Justiça.

Também tem se insurgido neste momento vozes que buscam resgatar as responsabilidades dos envolvidos, como na declaração do bispo de Abaetetuba, Dom Flávio Gianalli, publicada no Diário do Pará de hoje. Diz o bispo: “Todo mundo errou. Além da polícia, que não conferiu se a menina era ou não menor de idade, teve a família, que abandonou a menor; a Defensoria Pública, que não acompanhou o caso; o Ministério Público, que não avançou na investigação; e o Judiciário, que acatou a denúncia contra a jovem sem atentar para a idade dela”.

As afirmações do bispo fazem surgir uma pergunta insólita: serão punidos também os representantes do Poder Judiciário e do Ministério Público? Até o momento, nem a desembargadora Albanira Bemerguy, presidente do TJE, nem o procurador chefe do MP se pronunciaram sobre punições. Será que irão?

Em todo caso, daqui a pouco a governadora Ana Júlia dará entrevista coletiva no Palácio dos Despachos sobre o caso. Estamos no aguardo de novidades.

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Procurando no portal do TJE e do MPE verificamos a existência de notas sobre o caso, porém nada conclusivo. Ainda aguardamos posicionamento mais objetivo do Tribunal e do Ministério Público.

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Durante a visita da comissão de deputados a Abaetetuba, apareceu a informação de que o Ministério Público, durante a visita à delegacia da cidade, tomou conhecimento da presença da menor na cela com os presos. E agora? Quem vai afastar os promotores?


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