A fala do ex-presidente mostra também uma ponta de inveja, daquele que tentara entrar para a história do Brasil como seu melhor e mais preparado presidente. Se seu curriculum acadêmico tornava crível a segunda presunção, o fracasso de seu governo e a derrota acachapante contra o candidato sem educação mostraram que a primeira ficou bem distante.
Dono de uma vaidade sem precedentes, FHC, ao longo de seus dois mandatos presidenciais protagonizou inúmeros momentos onde deixou evidente que, de príncipe dos sociólogos, pouco havia restado. Entre as inúmeras declarações de desqualificação de seus opositores, figuravam a “masturbação sociológica”, “nhenhenhém”, entre outras.
Relegado ao esquecimento pelo seu próprio partido durante as duas últimas eleições presidenciais, FHC volta a ativa com esta grande manifestação de inveja e preconceito. Chamar o atual Presidente da República de “gente que despreza a educação” é esquecer que durante seu mandato inúmeros professores universitários e pesquisadores aposentaram-se ou abandonaram o país, em função da crescente desvalorização salarial e da redução de recursos para pesquisa. É esquecer as palavras de um dos seus ministros da fazenda, que afirmou que “ciência não se faz, se compra feita”.
Porém, a história de FHC é feita de esquecimentos. Afinal, para alguém que sempre recomendou o esquecimento de tudo que havia dito, mais esta pérola entrará para o mundo do esquecimento. Assim como FHC o fará.
Um comentário:
Vale lembrar o "vagabundos", direcionado aos aposentados, mesmo ele sendo um. E a pérola das pérolas: "esqueçam o que escrevi".
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