Um blogger amigo publicou postagem afirmando sua crença sobre a candidatura de Paulo Chaves a prefeito de Belém. Posso afirmar que não acredito nesta possibilidade.
Primeiramente, porque tenho como referência sobre quem será o candidato tucano ao Palácio Antônio Lemos a entrevista do deputado federal Nilson Pinto ao programa Argumento, logo após o fracassado seminário do PSDB. Nela, Nilson afirma categoricamente que Jatene seria o candidato.
Em segundo lugar, a coluna Repórter 70 não dispõe de credibilidade suficiente. Nela, se plantam notas, não se noticiam fatos.
Em terceiro lugar, Almir Gabriel não ter aparecido no evento materializa seu total afastamento da direção política do PSDB, e portanto de sua influência partidária. Se Almir estivesse na convenção, e tivesse disputado politicamente a composição, acredito que haveria possibilidade para o nome de Paulo Chaves surgir, numa perspectiva de composição com outros partidos. Sabemos que os planos de Jatene e cia se resumem a montar chapa própria.
Paulo Chaves foi bastante beneficiado ao longo dos governos tucanos com muito dinheiro para gastar com fausto. Era uma época onde se precisava disputar contra o surgimento do PT como força política. Para isso, ele foi destacado a gastar milhões para transformar Almir no governador municipal de Belém. Ao contrário dos demais órgãos, penalizados pelo ajuste fiscal em andamento, PC pode fazer o que quis.
Apesar de faustosas, as obras de Paulo Chaves contudo não resistem a uma análise fria sobre seu funcionamento. São equipamentos públicos apropriados pela iniciativa privada, supostamente para desenvolver o negócio do turismo. A lógica capitalista contudo é só discurso, pois tais espaços dependem do subsídio estatal. A arrecadação com aluguéis e taxas não é suficiente para manter os espaços, que vivem a beira de terem sua energia cortada, ou incendiarem, ou terem suas instalações interditadas pela Vigilância Sanitária.
Neles foi implantado o projeto piloto dos tucanos, de administrar a coisa pública através de instrumentos privados, as famigeradas OS. A desculpa para tal privatização do bem público seria a facilidade de captar recursos em geri-los com maior eficiência. Falácia. A OS Pará 2000, que administra a Estação das Docas, o Mangal das Garças, a Casa das Onze Janelas e o Complexo Feliz Lusitânia, em uma auditagem no início deste ano, mostrou ser um antro de desvios de recursos e compras superfaturadas. Contas de telefones celulares de diretores da OS chegavam a cifras de mais de 3 mil reais.Por estas e por outras, acredito que Paulo Chaves não dispõe de estrutura política para ser candidato pelo PSDB. Pode ser boi de piranha. Para ele será suficiente, pois sua vaidade será inflada no seio da zelite belenense, como bem mostram os comentários do Quinta Emenda.
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
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6 comentários:
Ei Paraense, vim ao teu blog sugerido pelo comentário no Quinta Emenda. Pura decepção, meu. É um blog chapa branca do governo do PT. E de muito mau gosto, sem consistência, análises sem pé nem cabeça, só para sataisfazer as ilusões partidárias e sectárias. Perda de tempo. Por isso é que não tem nenhum comentário. Deixo o meu e um até nunca mais.
Caro Paraense, a única ressalva que faria ao seu texto, e ainda assim timidamente, é que não sou flagrantemente contrário ao modelo das organizações sociais, que portanto não considero "famigeradas" conceitualmente - o que não implica em concordar com o que está sendo feito até aqui. Quanto à Pará 2000, sem dúvida, meu sentimento de inconfiabilidade é imenso.
Fora isso, concordo plenamente com sua postagem e louvo sua lucidez. Trata-se de uma análise bem informada e altamente pertinente, que enriquece o debate. Saudações.
Dr. Yúdice
Fico grato com sua visita e comentário. Como observei em um debate entre você e uma outra comentarista assídua dos blogs locais, mais importante que concordar é poder ter maturidade em divergir, mesmo que elas, as divergências, sejam pontuais.
Não concordo com a substituição do estado por OS's ou Fundações Públicas de Direito Privado porque o problema da ineficiência da máquina pública não é originado de sua natureza jurídica, mas é originário de uma prática social (ou seria melhor chamar de cultura?) que impregna nossa sociedade, que é o patrimonialismo.
O exemplo claro está na gestão destas OS's, que reproduziram em sua gestão a mesma prática corriqueira das estruturas estatais em nosso estado, a de priorizar o enriquecimento dos "amigos do rei" em detrimento do bem comum da sociedade.
Agradeço principalmente pelo elogio (Trata-se de uma análise bem informada e altamente pertinente), pois recebi outro comentário sobre este post em que era chamado de um monte de coisas, menos de informado e pertinente. Confesso que inflou meu ego, hehehe.
Seja bem vindo
Antônio Paraense
Você está mais do que certo Paraense. OS é um absurdo. É por isso que eu aplaudo de pé a administração da nossa governadora petista Ana Júlia que acabou com essa farra de OS dos governos tucanos. Acabou com a tal de Pará 2000 e deixou a cargo do poder público, através da Secretaria de Cultura, de forma direta administrar a Estação das Docas e o Mangal.
E para administrar o Hangar Centro de Convenções, primeira de uma série de inaugurações feitas pelo governo petista, colocou a competente e honestíssima Joana Pessoa, pessoa de confiança da nossa governadora e que não vai deixar a peteca cair. Dá para notar o sucesso do Hangar em menos de 1 anoa de governo e já éreconhecido pelo Brasil afora e até no exterior. É assim que se faz. E só o PT tem competência para , em tão pouco tempo, ser destaque na área de turismo com uma obra tão importante como é esse Hangar Centro de Convenções da Amazônia. E sem OS para encher o saco.
Porra, Paraense! Tu és de última mesmo. Quando a gente fala a verdade, censuras o comentário. Quando se fala um monte de mentira, como nesse último comentário do anônimo 21:15, publicas como se verdade fosse.
A Pará 2000 continua funcionando sim, agora sob a tutela do governo pétista. E ainda criaram uma outra OS para administrar o Hangar, tendo à frente a Joana Pessoa, cuja trajetória todos conhecem.
Caro anônimo
Devo lembrar-lhe que as OS não foram extintas pelo governo Ana Júlia, apenas tiveram suas direções modificadas e suas gestões auditadas.
Quanto ao sua extinção, estuda-se a extinção do convênio com o Cesupa, através de sua pessoa jurídica, que foi modificada para se enquadrar no estatuto das organizações sociais. Ao que eu saiba, não debate sobre a extinção das OS.
Antônio Paraense
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